quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

. :A chuva.

" Sentei na cadeira do computador como sempre. As gotas da chuva rápida e inesperada lavaram o vidro sujo de minha janela, escorrendo - cada gotícula a seu tempo.
Cansei de esperar o PC ligar.. olhei pra cama ao lado, ela olhou pra mim.. enfim.. nos abraçamos como dois amantes apaixonados, querendo desesperadamente ouvir um o coração do outro.
Cerrei os olhos esperando algo mais do que vontade de dormir, eu não sei o que esperava.. ou que alguém me chamasse... me ligasse... que Fradique aparecesse sem avisar, e assim completar meu tedioso dia, com uma de suas formas de chamar minha atenção. ( Ou pulando de um lado pro outro.. ou recitando juras de amor ao pé de meu ouvido. ) Mas nada aconteceu.
Sabe.. não gosto de ESPERAR A VIDA PASSAR mas foi inevitável, não queria ler e muito menos ver tv. - Até porque assistir LA FEMME NIKITA ou BARBIE COMO RAPUNZEL não é a minha definição de SE DIVERTIR VENDO TV.
Fiquei deitada.. apenas deitada, abri os olhos .. observei para a o céu escuro chorando suas mágoas e não pude abraçá-lo para usar o consolo a meu favor. Fiquei ali, fitando a chuva que caia sem cessar.. sem pedir licença, apenas caía ,como cai tudo o que não temos controle de segurar. A água foi linda, naquele momento... filosófica e demasiadamente musical.

- Você está se saindo uma velha raquítica. - Expeliu, Fradique, tais palavras com seus lábios angelicais.
- E..Eu sei, Frad.
- Levante-se..vamos ver a chuva, mön amour. Ela cai desesperada por ter algum admirador. Não seríamos um casal educado se não formos fitá-la.
- Já disse que sua educação, ME IRRITA ?Ela cai.. porque quer cair... - pigarreei - ela cai porque não aguenta mais ficar lá em cima.. aguentando, segurando seu peso.
- Espero que não tenha sido uma metáfora para se referir a você e seu desânimo.
- De forma alguma... eu.. ..eu... - Desisti. Explicar, falar não ajudaria. Ele não entenderia.. - Não me compararia a natureza.. e...eu.. me deixe!
- Deixar-lhe ? HAHAHA.. De forma alguma, Petit. Você.. é minha, e será sempre minha. Minha caixinha de problemas, vamos.. ver a chuva. - Disse, estendendo-me a mão solidária.

Levantei educada, fui a janela e a abri.. molhando o que estava a minha volta, junto com meu rosto e a imagem de Frad, que sumiu dando-me um sorriso de bom grado. Um sorriso gostoso, por momento ví o céu naquelas pérolas brancas. Deixei-me molhar. Senti a chuva.. fitei-a.. quando retornei a meu corpo, os pingos haviam cessado, deixando-me com um arco-íris brilhante e um sol ao fundo do céu.

-A chuva completou seu curso. Ao menos um admirador estava lá.. ela só precisava que alguém a olhasse.. a sentisse.. a visse. - Voltou Frad, dizendo-me afável.
- HAHAHA.. Eu... espero.. - gargalhei - .. que não tenha sido uma metáfora para você e sua solidão.
- HAHAHA. Sim doçura.. fora uma metáfora - explicou ele, sentando em minha cama molhada pela chuva - m..mas não fora para mim.. HAHA.- Terminou insinuando.

Ele me abraçou, esperando o retorno que não demorou a vir.. nos aconchegamos um aos braços do outro, esperando compreensão.. amor.. amor.. e amados.. Fizemos sexo naquela tarde. Um sexo interno, cada um em seu corpo.. apenas de mãos dadas.. e esse, fora o melhor de toda minha vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

a chuva...báhh, chega de metáforas né?
to com saudades e pronto!